
Afinal, ao final, à final
Não que eu estivesse inclinada a escrever um texto emotivo sobre finais, mas durante essa tarde uma necessidade de falar sobre encerramento de ciclos me inundou.
Fiquei pensativas sobre a maneira como vira e mexe começamos as coisas mas raramente as terminamos. Às vezes as pessoas nem se dão conta da forma como dão início a coisas como projetos, planos, amizades e relacionamentos, o que a longo prazo acarreta uma fileira de coisas inacabadas e mal resolvidas. Às vezes, as pessoas estão tão acostumadas a colecionar tristezas, mal estar e fracassos, que nem reparam que são elas mesmas que estão buscando isso e cada vez mais alimentando esse padrão. Não, não estou tentando filosofar, só estou relatando o óbvio.
Pense por um momento e tente se lembrar das inúmeras pessoas que você conheceu ao longo da vida e se propôs a começar a alguma coisa, seja uma amizade ou um relacionamento amoroso. Aposto que você consegue pensar em como você gostaria de ter alguém para dividir os finais de semanas com você, esquentar os narizinhos no frio e juntar os pés embaixo do edredom. Pense em como você se queixa com seus amigos como não tem uma pessoa se quer que valha a pena para você.
No entanto, como já sabemos; somos nós os criadores da nossa realidade e onde quer que depositemos nossa energia, é onde ela vai florescer. Mas como esperar que algo floresça se você está dispersando sua energia por vários caminhos? Como fazer com que algo se desenvolva se você não está de fato inclinado a se esforçar? É a mesma história do projeto para emagrecer, sobre a vontade de aprender um idioma ou então terminar aquele livro i-m-e-n-s-o que você se propôs a ler.
Afinal, onde você está esperando ser a linha de chegada? Porque ela não existe.
O que existe é apenas uma longa caminhada e quando você se der conta disso, você perceberá que ao final, é apenas você contra você mesmo. À final, independente de como você resolver empregar sua energia e seu verbo, é você quem decide. É você quem escolhe. Não espere o tempo se esgotar para você e te deixar com uma pilha de coisas inacabadas. Isso apenas te deixa com a péssima sensação de ser um ruim condutor da própria vida.
Escolha crescer, escolha mudar e escolha agir, desenvolvendo então suas relações. Escolha conhecer a si mesmo, a terminar livros e mais livros, e também a ser feliz. Independente do caminho que você decidir traçar, aprenda a terminar e a encerrar ciclos. Por que pior do que coisas inacabadas, são os ciclos viciosos em que nos metemos pelo os caminhos. Busque sempre o final; o começo ou o re-começo é sempre a melhor forma de aprender e crescer. E vencer.
Anna Montez
Uma flor de muitas pétalas, que adora o silêncio e a possibilidade de se redescobrir através das palavras. Publicitária, comunicadora nata e aspirante a socióloga de bar. Adora uma causa perdida, um drama shakespeariano e beijo sedento no final da frase. Sou viciada em histórias. Me conte a sua.

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