
Ele ainda é parte de mim
Enquanto rolávamos na cama, me perguntei mentalmente como acabamos ali. De todas as promessas que fiz na virada do ano, não reler nossa história era a mais importante a que me fazia sentir mais convicta. Eu não queria mais nada de nós dois, eu não queria mais você. Nós havíamos nos desencontrado, e tudo bem. A música parou de toca, as mãos se soltaram. Parti para não voltar mais. Mas então, lá estávamos nós dois juntos outras vezes. Rindo de novas coisas, ainda mais cúmplices e com beijos melhores.
Isso me fez perguntar, por que? Acho que você ainda é parte de mim. Sempre foi, e provavelmente sempre vai ser. A gente tem uma parte nossa que segue atada um ao outro, nos fazendo ser cada vez melhores, cada vez mais amigos, se aprofundando ainda mais nos sentimentos. Acabarmos na cama era apenas um dos inúmeros desfechos que poderíamos ter. Também teve aquela viagem que fizemos, a festa que organizamos e que acabou com todo mundo molhado e tomando banho de mangueira, e o aniversário do teu primo que eu embebedei todo mundo com gelatina de vodka.
Mesmo termos terminado, ainda nos damos bem. A gente se curte, se gosta, mas não tem como. Nosso tempo não batem, os planos não se cruzam e por mais que a gente queira, somos diferentes demais para criarmos uma história juntos. Enquanto esse embate não chega, a gente segue se encontrando quando dá. Eu gosto de nós dois juntinhos, de pés atados e corpos quentes. É uma lembrança doce dos melhores momentos de nós dois.
Anna Montez
Uma flor de muitas pétalas, que adora o silêncio e a possibilidade de se redescobrir através das palavras. Publicitária, comunicadora nata e aspirante a socióloga de bar. Adora uma causa perdida, um drama shakespeariano e beijo sedento no final da frase. Sou viciada em histórias. Me conte a sua.

Que fique registrado, eu acho justo

Uma mensagem para o cara de julho
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