
O corpo de uma mulher é mágico
O corpo de uma mulher é mágico. O corpo de uma mulher conta uma historia, entrega verdades e ama. E cuida. E gera. E nutre. E ampara. E sustenta. O corpo de uma mulher é incrível, mas ninguém nos conta isso. Ninguém te aborda na rua pra dizer que seu corpo é perfeito e que não existe isso de não se aceitar, mulher. Não se aceitar é se voltar contra si mesma, contra a magia de dar e receber. Nosso corpo é mágico e é nosso, seja como ele for. Os padrões estipulados por noções distorcidas de corpos, revistas chauvinista e homens que querem ter poder de ditar algo sobre o que não os pertence são cruéis. Sempre serão cruéis, e você precisa defender seu espaço, se não eles vão nos espremer em caixas, em medidas e nos dividirão em números. Trinta e seis, trinta e oito… quarenta e dois. Agora tem até trinta e quatro. E isso só piora. Só nos coloca contra nos mesmas, nosso corpos(que não escolhemos, apenas nos foram dados) e não existe certo e errado. Não existe um corpo que não serve ou não basta. Todo mundo se basta, todo corpo é perfeito e é mágico. Você só precisa aprender a perceber isso e a ouvir a magia que vem de si mesmo.
Seu corpo se basta. Ele respira, ele se mantém, ele te leva para lugares e te faz sentir coisas maravilhosas. Seu corpo gera, se assim você escolher. Seu corpo alimenta, se assim você desejar. Seu corpo sagra, se renovando todo mês, e você não morre. Seu corpo sente suas dores, suas vontades e seus medos. Seu corpo todo te entrega a verdade quando você pede a ele. Se corpo cuida de você, sempre mostrando quando há algo errado. E a única coisa que ele pede em troca é seu amor e aceitação. Eu estava em luta constante com meu corpo e com as coisas que eu achava que eu deveria mudar nele, e apesar de desejar uma coxa maior, três quilos a menos e peitos maiores, eu não estava tão dedicada em ir em busca disso. Isso só me frustrava. As dietas, a pressão de todos os lados em cumprir meu horário de treino e não comer tanto. Depois que emagreci muito, eu ainda não estava satisfeita. Estava magra demais, seca demais e as roupas não serviam. Eu precisava estar mais enxuta, mais gostava.. mas ninguém nunca perguntou o que eu queria, e se aceitar meu corpo fino era o que eu quisesse? E se eu não tivesse mais tão preocupada em ter uma bunda sucesso para rebolar e quisesse apenas rebolar a minha bundinha discreta?
O mundo não pergunta. As revistas não perguntam. Os homens com quem você se envolve, também não. Nem você se pergunta. Eu mesma demorei a entender o que queria porque eu nunca tinha me perguntado isso. Você já se perguntou hoje? Você já se perguntou alguma vez de onde vem essa vontade de mudar tanto o seu corpo? Vem de você mesma ou vem do externo?
E tudo bem, eu entendo que tudo isso possa ser difícil. Ainda mais com o modo como as revistas sempre incitam dietas em busca da aceitação do próprio. Sempre fala sobre cirurgias plásticas e mudanças, em busca da aceitação do próprio corpo. Ou então nos divide em classes e números, para que sempre busquemos diminuir medidas e alcançar o tão esperado manequim trinta e oito ou trinta e seis. Mas esquece que todo corpo é diferente, toda curva é poética e que peito, bunda, coxa e cintura são diferentes. E que o conjunto corpo-peso não é só isso. É também a alma. É também amor. E respeito. Pelo o próprio corpo e pelo o corpo da outra. A mídia não só nos faz brigar com o nosso próprio corpo, como também odiar o corpo da outra mulher, que é mais magro, mais alto, mais esbelto. Nos seguimos odiando umas as outras, mas na verdade estamos apenas odiando o reflexo de nós mesmas. E isso só acontece porque não reconhecemos o quanto nosso corpo é mágico. O quanto ser mulher é mágico. Independente do peso, do tamanho e dar curvas.
Um corpo vai ser sempre um corpo, mas o seu corpo, é seu. E é claro que a escolha é sua, é claro que você que decide como lida com ele e a forma como segue durante a vida, mas tenha em mente que onde há uma mulher, há magia. E seu corpo tem potencial criador para conseguir tudo, inclusive te fazer feliz. Ame seu corpo, ame a si mesma e pare de odiar o reflexo que você vê no espelho. Encare essa jornada como um grito de resistência contra essa política de “padrão de corpo”. Não existe padrão de corpos, só existe corpos: altos, baixos, magros, cheios, com curvas ou não… e no meio disse tudo existe o seu corpo, e você. Ouça a magia.
Mariana Ravelli
Sempre tem alguém pra me dizer que estou falando muito alto ou que não preciso ser tão incisiva, mas a verdade é que o tempo passa e eu continuo ficando mais ácida e as pessoas mais chatas. Não gosto de barulho, não gosto de gente. Gosto de chás e cachorros fofinhos. Não toque no meu cabelo.

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