
Por que eu ainda insisto em competir?
Porque eu ainda insisto em competir?
Porque eu ainda insisto em me irritar com mulheres que não fizeram nada além de dar sua opinião, em situações que eu mesma perguntei? Porque insisto em temer que outras mulheres brilhem e se destaquem? Porque eu temo ser ofuscada, invejada e julgada por mulheres que apenas buscam o mesmo que eu – aceitação?
Incrível que mesmo com a desconstrução diária, é tão mais fácil estender a mão e falar de feminismo pela internet. É tão mais fácil parecer compreensiva e amorosa com mulheres que não conheço, mas na hora de trazer essa verdade pra vida real é tão complicado? Porque que com olho no olho a antipatia aparece? Porque no cara a cara eu não consigo confiar e empoderar mulheres?
Sigo com a forte sensação que admirar outra mulher é abrir espaço para ser admirada também, como também não ser. Talvez seja esse nosso medo, nos abrir para essa irmandade mas não receber os abraços e anseios desejados que apenas eu posso dar a mim mesma. Toda mulher tem seu brilho e seu valor e nem todas irão gostar do que a outra fizer ou falar, mas isso não quer dizer que estou contra você ou que fracassei. O feminismo, assim como a vida, não é um palco em que mulheres competem por destaque e atenção, e sim a a oportunidade de desconstruir essa necessidade de sempre ter que ganhar ou brilhar mais. Porque não há uma linha de chegada, mesmo que eu ainda sinta que todas nós estamos correndo.
Mariana Ravelli
Sempre tem alguém pra me dizer que estou falando muito alto ou que não preciso ser tão incisiva, mas a verdade é que o tempo passa e eu continuo ficando mais ácida e as pessoas mais chatas. Não gosto de barulho, não gosto de gente. Gosto de chás e cachorros fofinhos. Não toque no meu cabelo.

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